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https://www.odebate.com.br/na-tela/notas-musicais/as-baianas-e-a-cozinha-mineira-se-destaca-em-premiacao-17-08-2018.html

As Bahias e a Cozinha Mineira

As Bahias e a Cozinha Mineira é um trio musical brasileiro, formado na Universidade de São Paulo em 2011 onde a banda começou a suas apresentações em festas universitárias ainda como Preto por Preto, uma homenagem a Amy Wynehouse, que morreu aquele ano.

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/08/cultura/1457464541_444091.html

Raquel Virgínia paulistana de Jabaquara, Assucena Assucena baiana de Feira de Santana e Rafael Acerbi uma mineiro de Poços de Caldas se conheceram no curso de história da Universidade de São Paulo por volta de 2011. Da convivência, algumas ideias já se colocaram como projeto musical.

https://www.youtube.com/watch?v=paGMDRbBLtc

Nos desencontros da vida Raquel em um avião deixava São Paulo para aterrissar em Salvador. Nesse momento, Assucena saía de Salvador e chegava a São Paulo. Mas o desencontro durou pouco. Em comum, as cantoras da banda transgênero As Bahias e a Comida Mineira tinham além do apelido Bahia, pois após sua volta de Salvador Raquel já havia tentado a carreira no axé, e levou de lá a cultura e o sotaque baiano. Quando o mineiro chegou, ficou pronto o caldo desse trio que anda dando o que falar com a melhor música brasileira que você ouviu nos últimos tempos. Unidos, eles criaram o disco Mulher, que – sem falsas coincidências – defende o direito das mulheres, dos trans e de qualquer um ser o que é.

https://www.papelpop.com/2019/07/quer-ir-ao-show-de-as-bahias-e-a-cozinha-mineira-na-audio-club-saiba-como/

Aconteceu em 2011. Raquel ­– que desistiu do sonho de ser cantora de axé em Salvador –, Assucena e Rafael (todos com menos de 30 anos) faziam faculdade de História, na Universidade de São Paulo. Tocavam, cantavam, organizavam saraus e debates sobre feminismo, negritude e outros temas. Até que Amy Winehouse, morta naquele ano então aos 27 anos, inspirou os três a criar uma banda, a Preto por Preto (em referência ao hit Back to black), para tocar nas festas da universidade.

https://ceert.org.br/noticias/comunicacao-midia-internet/19004/as-bahias-e-a-cozinha-mineira-lancam-o-album-bixa-inspirado-em-caetano-veloso

“Ela passou sozinha, como um cometa, e nos marcou com sua beleza e inteligência, mostrando que cada um tem que ser o que é”, diz Assucena. Desse primeiro projeto “universitário”, como definem, eles assumiram a brasilidade dos gostos musicais de cada um e criaram As Bahias e a Cozinha Mineira. E o salto se dá graças a outra musa inspiradora: Gal Costa.

https://oglobo.globo.com/ela/gente/banda-as-bahias-a-cozinha-mineira-lanca-album-inteiramente-produzido-na-quarentena-24450550

Sobre suas inspirações: “Gal nos apresentou um fundamento estético, artístico e sonoro ousado e nos ensinou a construir uma obra para ser apreciada, não só para entreter”, conta Assucena. “Ela é uma camaleoa e virou mesmo um filtro para nós”, explica Raquel. E, como numa dança em que todos sabem o próximo movimento, Rafael complementa: “Gal nos mostrou Luiz Melodia, o próprio Caetano, o Gil... Nos ensinou que você tem que ser autêntico, verdadeiro e fazer escolhas”.

https://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,banda-as-bahias-e-a-cozinha-mineira-lanca-segundo-disco-mais-pop-radiofonico-e-cheio-de-ironias,70001945058

Essa avalanche musical embasada veio junto com a descoberta, no caso de Raquel Virgínia e de Assucena Assucena, da transexualidade – do que isso significa e até mesmo da palavra em si. “Foi tudo muito rápido, e ainda não sei quem sou. Há três anos, nem pensava nisso. Há dois, saí de vestido na rua pela primeira vez”, diz Raquel.

“Ele não brinca com os meninos, nem como os meninos...”, relembra Raquel Virgínia. Ela conta que, de criança, não participava das atividades ditas masculinas. Quando cedia, seus primos a colocavam “na posição onde os homens costumam colocar as mulheres, de incapacidade”. “Ficava na pior posição do jogo, naquela que dizia assim: 'você tem limite”. Dessa maneira, cresceu achando que estava “ficando louca”, até porque “sempre se colocou em prova a sanidade mental das pessoas trans”, lamenta.

https://barulhocuritiba.bemparana.com.br/post/as-bahias-e-a-cozinha-mineira-apresentam-show-inedito-no-teatro-do-paiol

Vinda de uma família “muito religiosa e conservadora”, Assucena diz que “tinha uma identidade de gênero muito definida desde pequena”, mas sentia que não podia se assumir e demorou a se aceitar até mesmo como homossexual. “Quando eu vim para São Paulo, passei por uma fase de muita depressão. Minha saída era inventar os nomes fakes de mulher para conversar com os meninos por bate-papo”, relata. Foi assim construindo um “eu pela negação”, até que um poema de Fernando Pessoa lhe mostrou que era a hora de assumir sua verdadeira identidade. Era Tabacaria:

Quando quis tirar a máscara

Estava pegada à cara

Quando a tirei e me vi no espelho

Já tinha envelhecido

https://vogue.globo.com/lifestyle/festa/Baile-Vogue/noticia/2019/03/bahias-e-cozinha-mineira-estarao-no-palco-do-baile-da-vogue-2019.html

É com esse grito de liberação na garganta de ambas cantoras que nasce o Mulher – cuja estreia oficial acontece pela primeira vez no Itaú Cultural (SP), feito também da leveza e da veia musical do dono do violão. Rafael foi quem trouxe Clube da Esquina, Milton Gonçalves e também equilíbrio à banda, que ganhou uma dimensão política inesperada, abraçada por todos (Rafael, inclusive) de bom grado. “Não conseguimos nos desvencilhar disso, e nem queremos. Nosso som tem uma relação intrínseca com a nossa vida e o espaço onde a gente circula. E ele empodera, colocando as meninas como um espelho para as pessoas que querem viver à sua maneira e enxergam nas duas a possibilidade de pensar sobre seu próprio corpo e a sua vida”, diz.

https://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2019/06/14/entrevista-bahias-cozinha-mineira-tarantula/

O segredo está em que a militância não é maior do que a potência musical dos Bahias e a Cozinha Mineira, que parece fazer música progressiva brasileira – se é que o gênero existe. Vai para cima e para baixo, acelerando e freando a emoção em canções catárticas que revisitam a diversidade musical do país e a levam para frente. Tem forró e axé, tem samba e MPB e, sem dúvida, tem provocação em letras que tocam nos âmagos das questões. É o caso de Uma canção pra você (Jaqueta Amarela), em que Assucena fala sobre a ausência do amor, e Josefa Maria, uma homenagem à avó de Raquel, vinda do Nordeste para São Paulo, onde foi doméstica a vida inteira.

https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/49408-as-bahias-e-a-cozinha-mineira

Raquel Virgínia perguntada sobre o que o trio quer com tudo isso, e diz que deseja levar “uma postura de paz e uma proposta musical de felicidade e de ingenuidade mesmo” ao máximo de palcos possível. Tanto ela como Assucena se ressentem da falta de apoio da família e acreditam que “tudo para os trans é um grande evento”. “A gente podia estar comendo um churrasco todo domingo, mas para nós coisas que são muito simples deixam de ser. Coisas normais que todo mundo faz, tipo beijar na boca, sair de mão dada.... Mas nada vai ser de boa”, pondera a Raquel, figura doce e combativa para quem “só o tempo” dirá muita coisa.

http://www.opiniao.com.br/wp/eventos/antenna-ao-vivo-as-bahias-e-a-cozinha-mineira/

"A música sempre esteve presente na minha vida. Eu compunha o tempo inteiro. Quando a gente se encontrava, eu mostrava tudo para eles", relembra Assussena, durante um bate-papo com a QUEM. Os primeiros investimentos do trio partiram da família dos músicos. "Eu enlouquecia as pessoas [de falar que queria ser artista]", brinca Raquel. "Chegou uma hora que minha mãe falou: 'É melhor eu te ajudar'. Mas eu nunca tive medo. Eu não tenho nada a perder. Depois se precisar começa de novo."

https://www.redebrasilatual.com.br/cultura/2019/08/banda-as-bahias-e-a-cozinha-mineira-critica-a-falta-de-etica-da-sociedade-brasileira/

As músicas são majoritariamente compostas pelas cantoras da banda. "Não rola [escrever juntos]. Cada um tem sua maneira, o que precisa ativar em si mesmo para desenvolver uma canção. Às vezes eu faço uma música entre uma aula de personal e uma reunião. Na época da universidade, eu tinha uma coisa muito romântica, dizia que 'precisava tomar um vinho' [para compor]", comenta Raquel. "Do primeiro disco para cá, há uma relação de maturidade mesmo de como fazer música. Antes, a gente fazia do jeito que queria, não tinha que responder expectativas de outras pessoas. Hoje, temos mais consciência, onde queremos chegar com as músicas, a forma, o conteúdo", acrescenta Rafael.

http://www.queroir.com/tag/Show

Entre as 10 faixas do álbum Tarantula, há somente uma parceria em Tóxico Romance com Projota. "Esse álbum traz a nossa expansão. O fato de termos uma participação de um dos hitmakers do país, ele falar com um público diferente, é uma representação de que a gente também pode conversar com vários públicos. A gente não tem uma embalagem só", diz Assussena. QUESTÃO DE DEMOCRACIA

https://www.hypeness.com.br/2019/01/as-bahias-e-a-cozinha-mineira-jorra-o-leite-mau-na-cara-dos-caretas-em-novo-single/

O nome escolhido, Tarântula, ganhou diversos significados durante o processo de produção. Ele foi inspirado na Operação Tarântula, ação policial feita pela ditadura militar paulista em 1987 e que perseguiu mais de 300 travestis com a desculpa de que ao exterminá-los podia-se prevenir o HIV. Além disso, o trio também traz "tarântula" como a energia feminina, a capacidade de tecer uma rede para falar com diversos públicos e até, segundo Assussena, um ser "que transmuta de gênero ao longo da vida."

"É uma coisa assustadora. Era uma perseguição de Estado institucionalizada para mater pessoas LGBTs. Hoje, poder cantar, ser, falar... A nossa banda sempre teve a postura da liberdade como princípio. Ou seja, aquilo que era uma vergonha, agora é meu orgulho. O que era uma mancha, é um motivo de mostrar esse rímel, esse batom", explica Assussena.

https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2019/01/27/banda-as-bahias-e-a-cozinha-mineira-experimenta-sonoridade-mais-pop-e-abrangente-no-single-das-estrelas.ghtml

"É uma questão de democracia. Quando o Estado resolve perseguir um grupo é muito sério. A Operação Tarântula é uma questão de todos os brasileiros. Todos os países que passaram por processos ditatoriais relembram essa época de diversas maneiras. Essa é a nossa contribuição com esse caso", finaliza Raquel.

https://gente.ig.com.br/cultura/2019-01-24/entrevista-as-bahia-e-a-cozinha-mineira.html

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