
Coletivo das Liliths
O coletivo foi criado em 2013 por estudantes da graduação em Teatro da UFBA. Seus espetáculos cênicos bebem do teatro, dança e ritual e investigam mitos, lendas e enredos históricos. Estrearam com a peça “Lady Lilith”, que é inspirado na personagem Lilith, que teria sido a primeira mulher de Adão, e teria abandonado o Jardim do Éden por se recusar a ser submissa a ele. A essa se seguiram as peças “Adão” (2014), e “Eva” (2015), compondo a “Trilogia da Nova Genesis”, peças focadas em investigar as figuras fundantes dos papéis de homem e mulher dentro da mitologia cristã.
“Lady Lilith foi o primeiro espetáculo da trilogia de Georgenes Isaac, onde pesquisamos o arquétipo da androgenia e do ser mitológico Lilith, a mãe das aberações, primeiro ser a ser banido do Éden. Na cena Heron Sena interpreta a fase do mar vermelho, quando Lilith se auto-fecunda e gera as aberrações do mundo fora do Jardim Ideal. Neste momento de banida ela se torna Mãe, Deusa e também louvada.”
“Adão foi o segundo espetáculo apresentado pelo Coletivo das Liliths. Dando seguimento a Trilogia da Nova Gênesis, a pesquisa passeou entre a construção da identidade masculina através do tempo. Cada um dos solos floresceu um dos aspectos do mito de Adão, assim como a construção binária de gênero que desencadeia, expondo suas incongruências com os aspectos naturais da condição humana.”
“Eva foi o espetáculo de conclusão da Trilogia da Nova Gênesis onde o grupo escreveu coletivamente uma dramaturgia que é uma eterna procura pela natureza feminina que parece inalcançável para a natureza humana. O Espetáculo mistura teatro e dublagem e foi apresentado em teatros.”
Com o termino desta trilogia o grupo seguiu com a Trilogia dos Trópicos, que investiga experiências de gênero e sexualidade não normativas no Brasil Colonial. A primeira peça dessa trilogia é “Xica”, livremente inspirada na história de Xica Manicongo, que foi a primeira travesti negra do Brasil a se ter registro. Se seguiu “Tibiras”, volumes I e II, que partem da história do primeiro assassinato LGBTfóbico, que vitimou Tibira, nome que os Tupinambás dão às existências que transgrediram a lógica binária de gênero e sexualidade.
Em março de 2017 o coletivo passou a integrar oficialmente o Conselho Estadual de política para comunidade LGBT pensando em estratégias e politicas para as artistas da comunidade. Atualmente o coletivo desenvolve suas atividades, sendo grupo residente da Evoé – Casa de Criação, com uma rotina intensa de ensaios e pesquisas vem promovendo uma série de atividades cênicas de ocupação artística através de debates e reflexões públicas acerca da desconstrução de padrões e estereótipos impostos pela sociedade machista e patriarcal, buscando dinamizar o espaço, para assim, conquistar mais um espaço concreto de resistência.
SEUS TRABALHOS
REFERÊNCIAS